Análise: Aliança da oposição faz Ciro Gomes calcular cada passo até 2026

A recente movimentação de Ciro Gomes, agora filiado ao PSDB, evidencia uma nova fase em sua trajetória política — mais estratégica, contida e calculada. Cada declaração pública do ex-governador carrega um tom de cautela, refletindo o esforço de evitar ruídos desnecessários e preservar a imagem diante de uma oposição que se reorganiza no Ceará e ganha força no cenário nacional.

A aliança costurada com o aval de nomes como André Fernandes e Capitão Wagner — que representam o bolsonarismo cearense — indica que Ciro está disposto a abrir mão de antigas divergências ideológicas em prol de um projeto político mais amplo. O próprio Fernandes, durante evento na Assembleia Legislativa, confirmou que a aproximação foi autorizada por Bolsonaro, o que revela uma surpreendente convergência entre antigos adversários.

Nos bastidores, o ex-senador Tasso Jereissati surge como o grande articulador dessa frente oposicionista, consolidando o PSDB no interior do estado, enquanto Roberto Cláudio demonstra habilidade política ao coordenar os movimentos estratégicos da sigla. O resultado é uma oposição mais coesa, que desperta atenção e inquietação no Palácio da Abolição.

Ciro, conhecido por sua retórica afiada, parece ter colocado a “metralhadora” em modo seletivo. Agora, mira com precisão o governo Lula e evita se desgastar em disputas locais. Essa postura calculada demonstra maturidade política e a compreensão de que o tabuleiro de 2026 exige menos arroubos e mais articulação. A consolidação dessa aliança, caso se mantenha firme, promete redesenhar o mapa político cearense e tornar a próxima eleição uma das mais disputadas das últimas décadas.

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