Um vídeo recente publicado pelo arquiteto Lucas Fusca reacendeu o debate sobre a instalação do Data Center do TikTok no Ceará. No conteúdo, o profissional detalha os impactos estruturais e ambientais do empreendimento, que promete ser um dos maiores centros de processamento de dados já construídos no Nordeste. Segundo Fusca, o consumo energético necessário para manter as operações em pleno funcionamento tende a pressionar ainda mais a já limitada capacidade das fontes renováveis do estado, que hoje operam próximas do limite para atender a demanda regional.
Outro ponto levantado pelo arquiteto é a necessidade de resfriamento das máquinas, um processo que exige volumes expressivos de água diariamente. De acordo com a análise, seriam necessários milhões de litros por dia — quantidade suficiente para abastecer cerca de 50 mil pessoas. Em um estado historicamente marcado por estiagens e com desafios estruturais na gestão de seus recursos hídricos, o alerta coloca em pauta a sustentabilidade do projeto e sua compatibilidade com o cenário local.
O empreendimento promete gerar aproximadamente quatro mil empregos diretos e indiretos, número considerado expressivo para a economia cearense. No entanto, especialistas e ambientalistas ponderam se o benefício econômico compensa os possíveis impactos ambientais e o aumento da pressão sobre o sistema energético e hídrico do estado. A discussão está aberta: diante desse cenário, como equilibrar desenvolvimento tecnológico, preservação ambiental e interesses da população? Os empregos prometidos pesam mais do que os efeitos sobre a natureza?
