Terras, urbanas ou rurais, engordam o patrimônio de políticos país afora. Entre os candidatos milionários que disputam governos estaduais, alguns conseguiram, em quatro anos, mais que dobrar o patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar da dedicação política. Na maioria dos casos, investiram na compra de fazendas ou de terrenos e imóveis em áreas de expansão imobiliária. Apesar da dedicação política, o desempenho financeiro é invejável. Com base nas informações do TSE, O GLOBO identificou aumentos superiores a 100% no patrimônio de oito candidatos. À exceção de Jorge Amanajás, do Amapá, todos os demais aparecem em primeiro ou segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto em seus respectivos estados. Ou seja, têm chances de governar seus estados pelos próximos quatro anos.
O que mais chama atenção pelo valor são os bens do senador Eunício Oliveira, do PMDB, candidato a governador do Ceará. Seu negócio mais antigo é a sociedade em empresa de transporte de valores em Brasília. Elegeu-se pela primeira vez em 1998 como deputado federal. Foi ministro das Comunicações no governo Lula e, em 2010, foi eleito senador. Nos últimos quatro anos, seu patrimônio aumentou 169%. Passou de R$ 36,7 milhões para R$ 99,022 milhões – R$ 62,2 milhões a mais. Na declaração de bens de 2010 ele tinha 72 propriedades rurais, agora tem 88. A maioria delas fica fora do Ceará, no município de Corumbá de Goias, à beira da Serra dos Pirineus, divisor de águas das bacias Amazonas e do Prata. Ali já teve ouro. Hoje, o bem mais precioso é a água. A apenas 130 km de Brasília, o município abriga parte do Parque Estadual dos Pirineus (PEP). De acordo com a assessoria do senador, os investimentos em terras são para criação de gado e soja. Sua declaração aponta para um investimento de R$ 5,094 milhões na compra de rebanho.
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