Com taxas de juros mais altas, o saldo das operações de crédito deve crescer menos este ano. Segundo estimativa do Banco Central (BC), a expansão do crédito deve ficar em 9%, em 2015. A projeção anterior do BC, divulgada em março, era 11%. No ano passado, o crédito cresceu 11,3%. Essa será a menor taxa de crescimento do crédito desde 2003, quando ficou em 8,8%.
A projeção para o crescimento do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros, passou de 6% para 5%. A estimativa para a expansão do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) foi alterada de 16% para 14%.
O crédito dos bancos públicos deve apresentar expansão de 13%, ante estimativa anterior de 14%. Já as instituições privadas nacionais deve ter crescimento de 4%, bem menor do que 7% previstos em março. Os bancos privados estrangeiros terão expansão de 7% no crédito, a mesma estimativa anterior do BC.
O saldo das operações de credito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve ficar em 56%, este ano. No ano passado, essa relação ficou em 54,7%.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a moderação do crédito e o aumento das taxas de juros seguem o atual quadro econômico, com aumento da taxa básica de juros, a Selic, corte de gastos públicos e retração da economia. “De uma maneira geral, o comportamento do mercado de crédito segue o ajuste macroeconômico em curso”, disse.