
Em um mercado marcado por alta concorrência, incertezas econômicas e transformações aceleradas, o planejamento estratégico volta a ganhar destaque como ferramenta indispensável para empresas que desejam crescer, inovar e se manter competitivas. A avaliação é de Bosco Nunes, CEO da AISIKI Customer Experience, que alerta para um erro comum no ambiente corporativo brasileiro: muitas organizações ainda tratam o planejamento como um documento burocrático, engessado e desconectado da operação diária — o que compromete diretamente os resultados.
Segundo o especialista, essa visão limitada está entre as principais causas de falhas na gestão. Ele reforça que planejar é assumir responsabilidade pelo futuro da empresa, especialmente em momentos de instabilidade. O processo, afirma Bosco, começa por um diagnóstico profundo, que envolve perguntas essenciais como quem somos, o que acreditamos e o que não estamos enxergando. Sem clareza sobre identidade, cultura e prioridades, o plano se torna apenas um registro sem impacto. Dados do State of Strategy Report 2025 reforçam essa percepção: 79% das empresas não possuem sistemas eficazes de acompanhamento, 59% enfrentam dificuldades na execução e quase metade deixa de revisar o plano regularmente.
Para Bosco, a falta de alinhamento interno, liderança consistente e acompanhamento contínuo cria organizações lentas, reativas e pouco inovadoras. Ele destaca que planejamento estratégico não deve ser confundido com controle excessivo, mas entendido como um mecanismo vivo, flexível e integrado a indicadores, rituais de gestão e tecnologias que apoiam a tomada de decisão. “Quando o plano conecta experiência do cliente, cultura interna e capacidade de adaptação, a empresa deixa de reagir e passa a antecipar movimentos”, afirma. Para 2026, ele acredita que o grande desafio será abandonar modelos estáticos e adotar o planejamento como ferramenta ativa, capaz de fortalecer propósito, elevar performance e construir o futuro de forma sustentável.
