
Perder um colaborador qualificado gera um impacto financeiro muito maior do que a maioria das empresas imagina. Estudos de gestão de pessoas, como os da SHRM e da Gallup, mostram que substituir um profissional pode custar entre 40% e 200% do salário anual, considerando gastos com desligamento, recrutamento, treinamento, queda de produtividade e perdas no clima organizacional. Um dos principais fatores desse prejuízo é o turnover, que eleva os custos operacionais e pressiona o orçamento das companhias, sobretudo em um mercado onde a busca por talentos é cada vez mais competitiva. Ao mesmo tempo, cresce a preocupação com o presenteísmo, quando o funcionário está presente, mas produz pouco devido a cansaço emocional, desmotivação ou problemas de saúde mental — um fenômeno que, segundo relatórios globais, causa perdas superiores ao absenteísmo em diversos setores.
Nesse cenário, empresas que apostam em programas de bem-estar, saúde emocional e estratégias modernas de engajamento estão colhendo resultados expressivos. Dados da RAND Corporation indicam que investimentos estruturados em bem-estar corporativo podem gerar retorno financeiro de 2 a 3 vezes o valor aplicado em um período de 12 a 24 meses, especialmente quando combinados a ações de prevenção e desenvolvimento humano. Para Pedro Junior, CEO da CUIDARH, a mudança mais urgente é de mentalidade: “O empresário olha para a folha de pagamento, mas ignora o ralo de dinheiro causado pelo turnover e pelo presenteísmo. Quando se perde um talento, perde-se performance, conhecimento e dinheiro. Em muitos casos, o prejuízo equivale a dois salários anuais daquele profissional”, afirma.
Com a escassez crescente de profissionais qualificados e o aumento das demandas emocionais no ambiente corporativo, especialistas defendem que gestão de pessoas, saúde mental e clima organizacional deixaram de ser diferenciais e se tornaram pilares estratégicos para a sobrevivência empresarial. Investir em bem-estar reduz turnover, melhora a produtividade e fortalece a competitividade. Como reforça Pedro Junior, “cuidar de gente hoje é proteger o caixa da empresa”. Para os analistas, organizações que não priorizarem essas áreas devem enfrentar custos elevados, perda de competitividade e maior dificuldade para atrair e reter talentos nos próximos anos.
