A Revista Exame traz em sua nova edição, o resultado do Fórum Nordeste, uma avaliação sobre os últimos anos, casos de sucesso e o que pode ser feito para a região crescer. O empenho da ex-secretária da educação do Ceará, Izolda Cela, é colocado como um dos maiores casos de sucesso em educação pública, a educação de Sobral também é citada.
Confira:
O Nordeste sofre dos dois grandes limitadores da produtividade no país: falta de gente qualificada e infraestrutura incapaz de escoar a produção com eficiência. “Temos como desafio para os próximos anos melhorar a logística e qualificar as pessoas”, afirmou o governador Jaques Wagner. Pegue-se o primeiro problema. Ele tem início na formação escolar deficiente. O Nordeste é a região que concentra 54% dos analfabetos do país, embora tenha um terço da população. Pode-se resolver esse problema de duas formas. No curto prazo, atraindo pessoal capacitado de outras regiões. No médio prazo, a saída é melhorar a educação. Segundo Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, para ter um ensino público de qualidade o Nordeste precisa de 20 bilhões de reais a mais no orçamento de educação dos nove estados somados — ou mais 1313 reais investidos por aluno sobre os 3 000 atuais. Com esses recursos adicionais, seria possível dotar as escolas de itens básicos, mas que hoje estão em falta, como computadores, bibliotecas e boas salas de aula. “Mas é possível fazer mais e melhor com os recursos disponíveis”, diz Maria Izolda Cela, ex-secretária de Educação do Ceará e responsável por um dos maiores casos de sucesso em educação pública, quando era secretária de Educação do município de Sobral, no interior do estado. Em 2000, metade das crianças do 5D ano do ensino fundamental em Sobral não sabia ler. Hoje, 96% das crianças terminam o segundo ano conseguindo compreender textos. A receita de Izolda: padronizar o conteúdo ensinado em todas as escolas, criar treinamentos para os professores e estipular metas e bônus por resultado. Trata-se de uma melhora na gestão do ensino público. “Só dinheiro não resolve os problemas”, diz Priscila Fonseca da Cruz, diretora
da ONG Todos pela Educação. “Boa gestão é fundamental.”
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